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A mostrar mensagens de dezembro, 2020

Primeira Estilização De Pinus Sylvestris - Varrido

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Tenho esta árvore desde Abril de 2018. Esteve em recuperação até o inicio deste ano, quando efectuei o transplante em 50% de Akadama e 50% de argila expandida. Dado que teve um crescimento normal, optei por estilizá-la pela primeira vez. Foto de Maio de 2019: Foto depois de estilizado. Dezembro 2020: Digamos que é um trabalho muito "humilde" e que depois de analisar um pouco, acho que o ápice deverá ser bem mais reduzido. Contudo, tenho de jogar com a ramificação disponível. De momento vou deixar a árvore repousar. E adubar com força, para ver se tenho mais rebentação traseira.  Fiz uma ideia no editor de imagem, que também não me deixa convencido. Mas o "brainstorming" fará com que aos poucos tenha mais inspiração e o desenho se tornará mais claro na  minha memória.

O Parthenocissus Tricuspidata que voltou ao Mundo do Bonsai

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Esta trepadeira que vos trago hoje é sem dúvida uma das minhas árvores mais antigas (ainda vivas, obviamente) E também uma das que sempre teve uma resposta muita "apática" Penso que esta árvore se encontra "na mesma" desde 2009, ano provável da sua compra. Veio com um vaso de cascata bastante estreito para pode crescer. E com ele esteve nele até 2017, altura em que o coloquei num vaso da varanda da minha casa, ao lado de outras plantas. Posso dizer que se limitou a existir durante estes anos, Todas as primaveras me sorriu com nova folhagem, e nos outonos com cores garridas. Mas mais nada. Esta imagem é de 2009, altura em que me parecia normal tirar fotografias com budas da loja dos "300" Estando na varanda por 3 longos anos, pensei que iria desenvolver um pouco mais. Mas nada. Pior ainda, tive a infelicidade de o ver "às portas da morte" na altura das férias, quando ficou sem regar durante o meu período de descanso. Neste inverno, optei por coloc

Materia Orgânica nos Substratos de Bonsai. Será boa ideia?

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Há um mês atrás iniciei uma série de artigos referentes aos substratos para Bonsai (podem ver aqui ) onde expliquei que características dever possuir um substrato para obter o melhor rendimento para o cultivo de Bonsai. Hoje vou falar sobre a matéria orgânica, que é muito utilizada em horticultura, e até na produção intensiva e comercial dos "Bonsai de Supermercado" Começamos por referir que os materiais orgânicos são todos aqueles que estão compostos por base carbónica, e originada pela decomposição de seres vivos. Vamos enumerar alguns destes substratos: Turfa; Humus; Terra de Jardim; Casca de Pinheiro; Cortiça granulada; Casca de coco; Madeira Moída; casca de arroz; serrim; Etc Feitos com carbono, têm uma grande capacidade de retenção de humidade e uma grande capacidade de retenção de nutrientes. Estes têm a grande capacidade de liberar Nitrogénio, Fósforo, Enxofre, Cálcio e outros Minerais. Ajuda ao intercâmbio catiónico e desenvolvem muitos micro-organismos necessários p

Bétula Pubescens - 2 anos e meio Depois

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Sendo o primeiro registo desta árvore no diário, vou dedicar um pouco mais de tempo a narrar a sua história. Daqui a uns anos terei a satisfação de reler estas breves linhas enquanto aprecio a beleza intrínseca desta bétula. Os seus inícios remontam ao dia 25 de Abril de 2018 quando encontrei esta bétula na berma de uma estrada de terra, vítima de algum golpe de veículo todo-terreno. A parte superior da mesma estava em mau estado. Mas a parte inferior , embora solta, estava quase intacta. Eu, como bonsaista, consegui ver um bonsai naquele triste despojo. Potencial, não muito. Mas podia ter algum futuro digno. 2 meses depois dava claros sinais de vida. Dado que teve um crescimento vigoroso, optei por corrigir um pouco o ângulo de plantação e recortar algumas raízes desproporcionadas. Admito que possa ter sido prematura esta intervenção. Mas não me pareceu que tivesse sofrido muito com a mesma.  Na primavera de 2019 tive um problema sério: um ataque de fungos. Basicamente as folhas caiam

Arte, Tradição e Espiritualidade dentro do Bonsai.

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Acho que pelo menos uma vez ao mês, devo permitir-me ao luxo de divagar. Para utilizar uma expressão mais sofisticada: "Deixar aos meus dedos filosofar um bocado"  Podem ver neste link o meu primeiro artigo filosófico Mas afinal o que é Bonsai? E Bonsai nos permite fazer estes textos com alguma frequência. Espero que com isto possa abrir a mente a muitos. A vida não precisa de ser apenas uma sequencia de informações e objetos. Nem deve ser um saco repleto de emoções desorganizadas. O equilíbrio é o busílis de uma boa vida! Já que quero falar sobre arte, desejaria citar o prefácio de um livro de Daisetz T. Suzuki:  “No Japão, uma arte não é estudada por amor à arte, mas para receber a iluminação espiritual que pode dar. Se a arte se limitar à dimensão externa, se não levar ao mais profundo e essencial, ou seja, se não assumir uma forma de espiritualidade, os japoneses não vão considerá-la digna de estudo ”    Gusty Herrigel - "Zen e a arte de arranjar flores"   Acred

O tortuoso caminho até um Semi-Cascata

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Depois de envasar este espécime em Abril de 2018, não tinha a menor dúvida do que queria para esta árvore. Uma Cascata ou talvez uma Meia-cascata. A sua primeira rama era bastante pronunciada e com algum caracter. Sem duvida que na foto não conseguem perceber nada do tronco. Mas estava a ganhar vigor e era o que mais me interessava. Em Outubro de 2019, num workshop na Kensho Bonsai Studio, juntamente com o Márcio Meruje, demos a primeira estilização. A redução foi drástica, e pensamos que um Shohin seria um tamanho interessante para esta árvore. O resultado foi o da foto:  Em junho de 2020 podeis ver que a árvore ganhou bastante vigor. não lhe fiz absolutamente nada. Mas agora me arrependo, dado que que a rama lateral ganhou mais força do que o resto. Sendo assim, voltei ao ataque. Eliminar agulhas, aramar voltar a estilizar. Pouco a pouco vai ganhando forma. Daqui a 3 anos deve estar num vaso de Bonsai. mais pequeno, mais adequado. Até lá, vamos desfrutando a idade e as inclemências d

Pinus Sylvestris Shokan

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O processo de criação pode ser caótico e até hesitante. E o caso deste pinheiro é daqueles que nos dão voltas ao cérebro antes de nos decidirmos "por onde é que vão os tiros" Tenho este Pinus Sylvestris desde Março de 2019. Era uma árvore com um crescimento robusto, e que depois de um ano optei por transplantar para um vaso de Bonsai. Decididamente cortei poucas raízes, foram mais aquelas que não quis cortar quando o yamadori, mas que revelavam pouco interesse para a árvore.  Com os pinheiros tenho bastante cuidado, e isto tem bons resultados. E que nestes últimos anos só perdi apenas um espécime (ironicamente o mais valiosos deles todos) Há um ano atrás crescia com todo este vigor, como se o processo de yamadori não lhe tivesse afetado em nada. Sendo assim, estava na hora de lhe efetuar a primeira intervenção. Gosto muito de definir o estilo em que vai ser estilizado a partir do nebari. Mas como estava um bocado oculto, a minha imaginação ia definindo que um estilo varrido

Quando temos de começar tudo de novo.

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Esta é daquelas histórias que para muitas pessoas podem parecer trágicas, mas que eu, pessoalmente, tomo com suma naturalidade na arte do bonsai. Começar tudo de novo... O dia 5 de Agosto de 2018 recebi como obséquio este junípero pela parte do meu grande amigo Bruno Lima. Como podem notar na foto estava um bocado despenteado. Lamentavelmente o meu amigo estava com pouco tempo, e antes que algumas árvores morressem, preferiu dar do que deixar morrer. Nesse inverno coloquei mãos à obra. Honestamente, o meu calcanhar de Aquiles no Bonsai são os juníperos. Não sei porque, mas eu e esta espécie não nos levamos bem. Penso que já tenho melhorado um pouco, mas aqui fica o triste trabalho que lhe fiz na altura. Para além da minha falta de habilidade nesta espécie, esta árvore tinha uma situação defeituosa, muitas das suas ramas nasciam de um mesmo ponto, como se de tentáculos de um polvo se tratasse. Sabia que a partida isto era insustentável. Tinha de ser obrigado a corrigir isso, mas não lhe