Pinus Sylvestris Shokan
O processo de criação pode ser caótico e até hesitante. E o caso deste pinheiro é daqueles que nos dão voltas ao cérebro antes de nos decidirmos "por onde é que vão os tiros"
Tenho este Pinus Sylvestris desde Março de 2019. Era uma árvore com um crescimento robusto, e que depois de um ano optei por transplantar para um vaso de Bonsai. Decididamente cortei poucas raízes, foram mais aquelas que não quis cortar quando o yamadori, mas que revelavam pouco interesse para a árvore.
Com os pinheiros tenho bastante cuidado, e isto tem bons resultados. E que nestes últimos anos só perdi apenas um espécime (ironicamente o mais valiosos deles todos)
Há um ano atrás crescia com todo este vigor, como se o processo de yamadori não lhe tivesse afetado em nada.
Sendo assim, estava na hora de lhe efetuar a primeira intervenção. Gosto muito de definir o estilo em que vai ser estilizado a partir do nebari. Mas como estava um bocado oculto, a minha imaginação ia definindo que um estilo varrido pelo vento lhe assentaria que nem uma luva.
Na hora de transplantar apercebi-me que esta árvore tinha um pequeno defeito: Conicidade invertida. Não é que fosse muito notada, mas o meu sentido crítico fervilhava em ver como poderia reduzir este handicap. Havia certos ângulos de visualização que eram horrendos, mas outros que até disfarçava o afunilamento. Sendoa ssin, optei por um Shokan.
Graças ao vigor desta árvore, optei por meter mãos à obra neste Outono. O primeiro passo é a limpeza das agulhas, para que possamos ver a estructura da árvore e poder trabalhar sem temor a enganos. Como podeis ver, a árvore se encontrava muito densa:
Depois da limpeza, optei por escolher a frente. Depois de decidir qual me parecia mais interessante, comecei por aramar a árvore e cortar a ramificação desinteressante. Estilizei um bocado a árvore, mas não me sentia plenamente convencido. Girando 180 graus comecei a ver um plano que me tinha passado desapercebido.
Depois de estudar mais um bocado; girar; torcer mais um bocado, alguma praga pelo meio, optei pela última versão da árvore. Penso que não ficará nada mal. Deixei as 2 ramas mais baixas para poder engrossar a parte final do tronco. tentando corrigir assim a tal conicidade invertida.
Fica assim por este ano, e talvez o outro.
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