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A mostrar mensagens de novembro, 2020

O Equilíbrio Visual (A Regra dos Terços)

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Como prometido, vou continuar a tese do equilíbrio visual dentro da composição bonsaística. Tinha elaborado uma introdução do equilíbrio visual aqui . Falei um pouco sobre a simetria e a assimetria. Desta vez vou alargar o espectro para uma regra muito usada na pintura e fotografia: A regra dos terços. Basicamente a regra dos terços é uma teoria de composição pictórica que se baseia na colocação dos pontos de interesse dentro de uma composição. Baseia-se numa simplificação da proporção áurea (que irei abordar mais em diante) Como a proporção áurea ainda é um bocado complexa, a maioria dos artistas usa esta regra, dado que é muito simples de usar e tem um efeito similar. Tomamos uma composição e a dividimos em terços, tanto horizontalmente como na vertical. imaginamos linhas que correm por onde devem encontrar-se os terços. Estas linhas se intersectam em 4 pontos, que poder ter bastante interesse (dentro do bonsai nem sempre são uteis estes pontos, mas não é demais referir que se podem

Porque nos preocupamos tanto com o solo para Bonsai?

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Quem entra no mundo do bonsai já viu inúmeras discussões sobre o "substrato", a "terra", o "solo" para bonsai. E quem está nos inícios fica enredado com tanta polarização, variedades e muito mais debates sobre este tema, que fica ainda mais confuso que elucidado. Porque é que o bonsaista se preocupa tanto pelo que vai colocar entre o vaso e a árvore? No final de contas, vemos as árvores no jardim, na floresta ou até na montanha a crescer vigorosamente em solos muito diferentes uns dos outros. Cada vez que vamos ao horto compramos terra de jardim, e parece funcionar bem! Porque é que necessitamos de solo distinto?!? A resposta simples é o tipo de raízes que necessitamos. E já que é a primeira vez que falo de solos, pergunto: Consideram que qualquer tipo de terra (ou de substrato) será idóneo para criar os nossos bonsais? E aqui a resposta é contundente: NÃO Precisamos de um solo que nos ajude a desenvolver raízes finas e fibrosas, raízes que possa absorver

Pinus Sylvestris Moyogi - Primeira formação

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21 de Novembro de 2020  O tempo é geralmente considerado pelo bonsaista como um elemento limitador. Temos sempre receio de nunca ver a nossa obra "próxima do fim". Para além disso, as técnicas de cultivo mais modernas visam acelerar os processos de construção do bonsai, para obter o melhor resultado no menor período possível. Um pouco ao estilo do nosso estilo de vida desenfreado.  "Pessoalmente, acredito que o verdadeiro propósito da prática do bonsai é passar um bom tempo com a nossa árvore e, portanto, a busca exasperada de reduzir esse tempo se torna uma ação contraditória para mim"  Acho que o tempo não deve ser considerado um limite, mas uma ferramenta necessária através da qual é possível estabelecer uma relação de conhecimento entre nós e as nossas árvores. Prefiro cultivar os meus projetos por alguns anos antes de tomar decisões sobre seu futuro. Só assim me sinto capaz (ou quase) de escolher o melhor caminho, que às vezes não é o mais óbvio. Já passaram

Mas afinal o que é Bonsai?

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Ao longo destas décadas , fui-me questionando sobre o que é que Bonsai realmente significava para mim...e para os outros. "Quando mais novos parece que temos a certeza absoluta de tudo. Mas com a passagem dos anos, nos vamos adentrando noutras opiniões; outros mundos; outros pontos de vista. E as nossas certezas vão-se dissipando paulatinamente" Não vou dizer com isto que me encontro assoberbado com a questão. Nada disso. Até brinco com ela hoje em dia. Num jeito jocoso, questionei muita gente quando este tema se colocava sobre à mesa: "Mas diz-me, o que achas que é Bonsai?" E de cada vez que fazia esta pergunta, a grande maioria das pessoas me diziam algo do estilo:  "São árvores pequeninas, algo que veio do Japão" Muitas vezes sorri depois desta resposta, como se tivessem caído na cilada. E eu, como um chico muito espertinho, começava a debater e a desconstruir a resposta. E pensava para com os meus botões: "Quão esperto eu sou!!!" Hoje vou ten

Amieiro (Alnus Glutinosa) Evolução de um ano e 8 meses.

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9 de Novembro de 2020   Sou um bocado obcecado com os registos fotográficos. Mas eles são a ferramenta mais indispensável para poder avaliar a evolução das nossas árvores.  Depois de passar 2 períodos de crescimento, decidi juntar as 2 fotografias e como podeis constatar, a diferença é enorme. Passos a seguir: Aumentar substancialmente a massa verde do lado esquerdo. Reduzir a altura do ápice. Penso que não será necessário trazê-lo mais para a esquerda, mas sim descê-lo. Definir melhor os patamares frontais, para que não obstaculizem a visualização do tronco. Espero poder compara daqui a 2 anos com esta foto de 2020, e ter a mesma sensação de muito foi feito. 

O equilíbrio visual (Ou procurando um centro)

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Depois de algum devaneio, decidi iniciar este projeto pelo blogger. Sinceramente o Facebook não é o método mais indicado para divulgar este projeto. dai, voltei a ideia do blog. Bem...mas prossigamos ao que interessa. O que me leva a escrever hoje é um assunto relevante na hora de trabalhar o desenho de qualquer árvore. E como o tema pode ser vasto, vou elaborar vários artigos sobre a utilidade do equilíbrio visual. Simetria Inicialmente podemos falar sobre a simetria, algo que as artes japonesas não apreciam de todo. Se desenharmos uma linha vertical sobre qualquer objeto ou figura simétrica, como um círculo; ou um quadrado, este parecerá estar "em descanso". Estático.  Como espectadores, quando colocamos a vista sobre elas, nos vamos focar unicamente no centro das figuras, e não vamos sentir movimento nelas. Artisticamente, são formas que nos transmitem equilíbrio ou estabilidade. Mas convenhamos que se podem tornar aborrecidas. Podemos perceber o que digo neste exemplo: Um