デザイン - O Design no mundo do Bonsai

Talvez uma das partes mais complexas de dominar com mestria no mundo do bonsai seja a planificação do desenho final. ou seja, a forma em que a árvore deve ficar. Eu pessoalmente sou apologista de que para iniciar um caminho devemos ter um destino final. Deixar tudo ao fruto do acaso pode ser divertido inicialmente, mas não saber para onde ir pode ser muito frustrante com a passagem do tempo.

Mas devemos recordar também que um bonsai é formado diariamente. Se desenha semana a semana. Não se devem tomar decisões à pressa, pois o corte de uma rama essencial podem ser anos de trabalho perdido. Por isso, devemos trabalhar com paciência e sensibilidade. Ainda hoje, que tomo as coisas com mais calma, tenho perdido anos de labor por um alicate com vontade de trabalhar.

O Bonsai se planifica, mas o seu resultado final é incógnito. Tudo pode mudar, desde uma nova disposição das ramas; uma madeira apodrecida; a correção de um erro; um novo ponto de vista; ou até um acidente de percurso. Assim, o bonsai nos ensina que o desenho é relativo, a planificação pode ser alterada durante a marcha. Mas, sempre devemos ter uma direção para poder avançar.


O diálogo entre maestro/discípulo (Meisho/Deshi) é de suma importância. A árvore coloca-se na posição de mestre (Meisho) e silenciosamente nos vai mostrando o caminho. O Discípulo, o artista (Deshi- 弟子) vai aprendendo, como lições silenciosas, analisando e sentindo o que a árvore tem para lhe ensinar.

O maestro, a árvore, permite que as árvores sejam aramadas, movimentadas, formadas e podadas para mostrar ao seu discípulo, ao artista, que ele também pode fazer isso com a sua vida. Ele pode alterar a sua história, assim como o seu futuro. O Deshi- 弟子 pode modelar o seu caminho para criar da sua própria vida "uma obra de arte"


Mas este modelado não pode ser efetuado com soberbia e arrogância. Quando realizamos um desenho em Bonsai, uma das grandes regras é inclinar a árvore um pouco para à frente. Como se fizesse uma "vénia ao espectador" em sinal de respeito. Assim como a árvore nos ensina essa reverência, essa humildade, para com os outros, o Deshi, o discípulo, deve agir em conformidade. Deve pensar/sentir enquanto realiza a sua obra. Agradecer a árvore por tê-lo guiado, e nunca o contrário.


E nunca devemos esquecer que a árvore nos ensina através da natureza. onde se encontra a justa proporção. Tudo tem uma relação/constante/proporção. A matemática que está por detrás. Nem mais, nem menos. É o que é. Se o Deshi não compreende esta regra básica, então o seu desenho é desproporcionado; a mensagem não foi transmitida; o ensinamento está incompleto. 

Apenas com uma observação meticulosa da natureza que envolve o discípulo, e um estado de reflexão sobre o que tem à sua frente permitirá desvendar os segredos da sua árvore. Sem essa reflexão tudo estará envolto em espessas névoas.




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